quarta-feira, 21 de maio de 2014

O PAI DO PRÓDIGO

Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. Lucas 15:20

O pai da parábola de Jesus viu de longe o filho que se aproximava. A implicação é extraordinária: ele esperava o filho. Dia após dia, nunca deixou de esperar. Apenas amor paterno genuíno poderia reconhecer o filho sob os farrapos que cobriam aquele andarilho distante. O amor tem bons olhos. O pai discerniu seu filho ao longe. O filho estava ainda distante para expressar arrependimento, como os judeus esperariam, mas a graça do pai já se revelava presente e atuante. Para os judeus, bem como para os cristãos medievais, Deus vem em nossa direção apenas quando caminhamos em direção a Ele.

Para entender a história, devemos lembrar que no Oriente um homem idoso, respeitado, não deveria correr publicamente. Tal ato era considerado inapropriado e indigno. Mas esse pai, tomado de compaixão, desconsiderou todos os protocolos e etiquetas de sua cultura. Correu ao encontro de seu filho. Aqui encontramos o elemento redentivo da história. Correndo, lançou-se ao pescoço do filho, "beijou-o ternamente" ou "muitas vezes". Os dois significados são possíveis. O pai queria ter certeza de que seria o primeiro na vila a encontrar-se com seu filho, para protegê-lo de críticas ou de atitudes hostis e julgadoras. O pai não queria correr o risco de que seu filho fosse desencorajado pela zombaria ou desdém de outros e acabasse desistindo.

O gesto do pai deixou os observadores da vila atônitos. Ele se lançou ao pescoço desse estranho, vestido em trapos e o cobriu de beijos. O pai segurou o rapaz e o apertou contra o peito, impedindo que ele caísse de joelhos, posição de subserviência. Ele nem mesmo permitiu que o filho completasse o discurso que havia ensaiado. A confissão do filho que retorna é sufocada por bondade infinita.


Surpreendentemente, o pai não pronunciou nenhuma palavra ao filho. Mas as ações diziam tudo. Ordenou que os servos trouxessem a melhor veste, roupa festiva, usada em grandes ocasiões. Colocou-lhe nas mãos um anel. Não apenas como ornamento, mas um anel-sinete, símbolo de autoridade. Colocou-lhe sandálias nos pés, porque apenas os servos andavam descalços. O que esse pai está dizendo é que todas as marcas do país distante deveriam ser apagadas. Tudo perdoado. Tudo esquecido. Amigo leitor, é assim que você concebe Deus? Pois é assim que Ele é. Aquele que recebe, aceita e perdoa os que voltam!

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